“Assim, armaram uma tenda no terraço para Absalão e ele se deitou com as concubinas de seu pai, à vista de todo o Israel”. (2Samuel 16:22)
O texto acima parece mais um roteiro de filme pornô, mas era Absalão tendo relações com as mulheres do seu pai. Ele montou uma tenda pública diante da nação, para que todos pudessem ver e testemunhar as orgias sexuais do seu espírito pernicioso e diabólico. O objetivo era desmoralizar a imagem de seu pai Davi.
Ao contrário do pai, que era um homem segundo o coração de Deus, Absalão, era um homem segundo o coração de Hedonê, a deusa dos prazeres.
O deus de Absalão era o ventre, que fez dele um servo fiel e capacho do famigerado hedonismo: a busca do prazer a qualquer custo! Qualquer semelhança com os dias de hoje não é mera coincidência, pois a palavra de ordem que temos ouvido é: “o que eu quero é ser feliz”. Sob esta bandeira casamentos são desfeitos, amizades rompidas e muitas aventuras são empregadas só pra ter um ano, um dia ou uma hora de prazer. Prazeres esses descomprometidos com Deus, com a moral e a ética.
Absalão tinha um “bichinho” dentro do seu interior que devorava o seu equilíbrio, bom senso e hombridade. Guiado pelo vulto do prazer, ele se tornou uma cisterna fétida de instabilidade e imprevisibilidade. Seus desejos o faziam mudar de rota, de intenção a qualquer momento e a todo o momento. Quem andava ao seu lado, sofria às consequências da instabilidade doentia da busca pelo prazer. A tenda erótica que Absalão ergueu era apenas a ponta do iceberg da sua condição doentia.
◦ Prazer de pertencer. Absalão não suportava o anonimato. Não podia viver sem a popularidade do seu pai Davi. Ele queria mais, queria holofotes sobre si, queria outdoors com o seu rosto, queria manchete dos seus feitos. Que pena, esqueceu que Deus dá graça aos humildes, mas abate os soberbos e arrogantes!
◦ Prazer do ter. Absalão era obcecado por tronos. Seu sonho de consumo era poder mostrar a todos o seu senhorio sobre as famílias, sobre as terras e sobre e exércitos. Que pena, poderia ter sido o sucessor de Davi, mas foi afetado pela síndrome de Lúcifer – estabelecer o seu próprio trono!
◦ Prazer carnal. Absalão era um poço de orgias. Sua vida desregrada o levou a bestialidade. Compulsivamente buscou o sexo exacerbado, mantendo relações sexuais parentais! Que pena, era para ter honra e respeito, acabou denegrindo o seu próprio nome!
O prazer é importante e necessário em nossas vidas, mas ele deve ser o nosso servo, nunca o senhor. Ele é como um cão, deve estar sempre com uma coleira ao pescoço, caso contrário, traz terríveis prejuízos ao seu dono. Não é à toa que a Bíblia enfatiza que devemos subjugar a carne e não nos tornarmos escravo dela, porque ela é um impostor que vive em nós. Ela conhece os nossos sonhos, desejos e projetos e vai procurar contamina-los com doses máximas de prazer.
Muitas nações perderam a soberania, reis a honra, príncipes e princesas heranças nos horrendos lençóis do prazer desmedido. Quem não consegue dominar o que pensa, também não consegue avaliar o que faz.
As tendas do prazer têm sido a derrocada de muitos homens, porque não basta crer em Deus é necessário ser aprovado por Ele! Deus não aceita, não permite e não coaduna com a deusa Hedonê.
O homem que não nasceu de novo, tem a sua vida pautada no prazer, mas quem aceitou a Cristo como seu salvador, deve estar consciente que seus sonhos, projetos e estilo de vida deve estar fincado na cruz. Pois, quem não conseguir dominar a carne hoje, terá que conviver com as consequências amanhã.
A morte de Absalão foi um absurdo assim como sua vida. Fugindo dos seus inimigos, morreu preso pelos cabelos pendurados em uma árvore. Me parece que o recado de Deus foi claro: o mal que estava nele residia na cabeça. Quando a mente é fraca o corpo padece, a família padece e a sociedade padece.